
Frederico Klumb (Rio de Janeiro, 19990) é poeta, roteirista e artista visual brasileiro. Cursou Cinema na PUC-RJ e publicou poemas em revistas especializadas, nacionais e estrangeiras, a exemplo de Modo de Usar & Co, escamandro, Garupa, Dusie e Incomunidade.
Em 2016, publicou o volume Almanaque Rebolado (Azougue / Cozinha experimental / EdiçõesGarupa), um guia artístico-pedagógico para criação poética, escrito a vinte mãos e fruto de residência no Centro Municipal de Artes Hélio Oiticica (CMAHO).
Em 2017 publicou Arena (coleção megamini/ 7letras) e exibiu o curta-metragem Agharta em festivais nacionais e internacionais de cinema, a exemplo do Festival Internacional de Curta-metragens de Hamburgo.
Participou de antologias como Golpe: manifesto (Nosotros editorial) e da exposição Rejuvenesça: Poesia Expandida Hoje.
Em 2018 publicou cinema circular (transferidaça) e máquinas mancas da manhã (pela Edições Garupa), além de diversos vídeo-poemas, que podem ser vistos em sua página pessoal no vimeo: https://vimeo.com/user43080611.
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montanha imóvel
e dois cavalos soltos,
pastam a terra do olho
. .
o galo morto
repouso ao seu lado:
o sol esquenta as penas
. .
bancas desmontadas
cascas de frutas no chão –
um homem espera
. .
uma colher cava
percorre a grande tigela –
a terra lá fora
. .
a vassoura lenta
não sei que pássaro canta
moro no rio
. .
quietas, as traças
cozem o som na janela:
ensinam o sono.
. .
alguém estala os dedos –
cigarras no telhado
e o vale escuro
. .
pequenas formigas
caminham sobre meus pés –
no céu, duas estrelas.
. .
na fumaça espessa
um besouro estala asas
a vida é veloz
. .