Casé Lontra Marques nasceu em 1985, em Volta Redonda (Rio de Janeiro). Mora em Vitória (Espírito Santo). Publicou Enquanto perder for habitar com exatidão, entre outros. Reúne o que escreve em caselontramarques.blogspot.com.br.
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Contra o prazer da resignação,
o perigo
que é persistir — maré cítrica —
inventa
(ou reativa) maneiras de
angariar alguma alegria.
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No bulbo, um baque
— plasmando a amplidão:
múltiplos prismas
(e improváveis paisagens)
emergem
da fragilidade.
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Pulsações propagam
o corpo — expandindo suas
premências,
experimentando novas
impossibilidades — de um
lapso
a outro: a carne (isso,
a carne) é parte do
sopro.
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O lugar do alívio
é a perturbação, o mergulho
— venal —
em suas agulhas
mais agudas.
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A imediatez de um evento
mínimo — mas consistente:
deslumbra
sem dopar (ou fascina
ao ferir),
minuciosamente?
::
Lábios entrelaçados,
assumindo a insolência do prazer
— e seu rigor
responsável: desacelerar (até
depor ou
destituir) o desamparo.
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Existir deteriora,
porém não mais que propulsiona:
ramo
de muitas rotas — no dorso
(maleável) das ondas.